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O ESCRITOR
Desde o tempo de ginásio Riveiríssimo Riveiro era conhecido como o rei dos trocadilhos e das piadas infames… apesar de muito estudioso e bastante disciplinado, ele tinha uma incrível tendência para piadas de mau gosto… na época da faculdade, quando já estava mais intelectualizado, ela as chamava de “piadas de vanguarda”: – “São anedotas horríveis, nas quais a pessoa que as ouve não acha a mínima graça, porém a pessoa que as conta, ri a valer da cara esdrúxula dos ouvintes, ou seja a graça não é para quem ouve, mas para quem conta.”
Após uma carreira bem sucedida como consultor de marketing e planejamento estratégico, o nosso protagonista se sentia frustrado, pois seu sonho era ser escritor, para mostrar ao mundo seus chistes sob verniz erudito… Para isso começou a ler, ler e ler ainda mais… Quando percebeu que estava realmente preparado fechou seu escritório e resolveu levar seu sonho adiante.
A primeira preocupação foi com a aparência… baseado no conceito de dândi, ele resolveu se vestir sempre com terno, camisa e gravata na cor azul, enquanto que o colete e o lenço no bolso seriam amarelos… Desta forma criaria um diferencial com os escritores moderninhos, que com síndrome de Peter-Pan, se vestem tal qual adolescentes…
Com relação ao texto própriamente dito, Riveiríssimo Riveiro aprendeu depois de ler a “Filosofia da Composição” de Edgar Poe (*), que um escritor deve começar seu poema, conto ou romance, pelo final… porém o nosso protagonista percebeu uma coisa que até então ninguém havia se dado conta: o verdadeiro final de qualquer obra literária não é o último verso ou a última frase, mas sim a crítica da mesma obra… logo seu romance deveria começar pela crítica… porém como não fica bem alguém fazer a crítica de sua própria obra, Riveiríssimo Ribeiro adotou o expediente do heterônimo, inventado por Fernando Pessoa, ou seja imaginou um crítico que se chamasse Otacílio Heráclito: seria um professor formado na Faculdade de Letras de Assis – SP (na época em que Antônio Cândido e Mário da Silva Brito lecionaram por lá), com pós-graduação em literatura irlandesa no Trinity College (Dublin), etc, etc, etc…
Depois de alguns dias “Um Gênio ou uma Besta???” estava pronto… nesta crítica, Riveiríssimo Riveiro, ou melhor Otacílio Heráclito afirmava que apesar do trocadilho infame presente no título do livro, “Um Fusca no Campo Esquecido” (**), de alguma piadas infames (que não convém reproduzir neste mini-conto), o romance de Riveiríssimo Riveiro, era uma obra-prima: “ele criou num linguagem dentro da linguagem ao usar palavras que transportadas do uso comum, adquiriam um novo significado, ao serem submetidas a um ritmo e harmonia no qual significado e significante se fundiam em um só elemento estruturado pela memória afetiva do narrador, concretizando de certa forma as profecias de Paul Valéry”… e para fechar a crítica com chave de ouro (e para que os leitores não estranhassem que Otacílio Heráclito só iria fazer críticas a respeito das obras de Riveiríssimo Riveiro) ele terminou seu texto assim: “…e é por isso tudo que enquanto não aparecer na literatura ocidental um novo Cervantes, um novo Goethe, um novo Dante, um novo Joyce, daqui por diante eu só comentarei sobre os livros de Riveiríssimo Riveiro, pois afinal Gênio (com maiúscula) é Gênio, e estamos conversados!!!”
Após Otacílio Heráclito terminar “Um Gênio ou uma Besta???”, Riveiríssimo Riveiro começou a escrever “Um Fusca no Campo Esquecido”… findo o romance, o nosso protagonista foi procurar o único editor suficientemente esclarecido para publicar seu romance e fazer com que a crítica de seu heterônimo fosse publicada em um famoso jornal: Louis Monterrey, o rei do Marketing Editorial… o responsável pelo sucesso de “Rayghama”, o livro que abriu as portas do sucesso para Josué Jamil…
Com era previsível o rei do Marketing Editorial adorou o esquema inventado e na véspera de lançar o livro conseguiu que “Um Gênio ou uma Besta???” saísse em destaque no principal caderno dominical da metrópole paulistana… o artigo causou polêmica e garantiu um certo sucesso editorial para “Um Fusca no Campo Esquecido”… porém logo começaram a pipocar outras críticas, praticamente todas afirmando que o livro não era tudo isso e que a genialidade do autor somente poderia ser admitida sob a perspectiva da semiótica estruturalista de um fanático como Otacílio Heráclito…
Mas o nosso protagonista, não se fez por rogado e arquitetou uma jogada de mestre: Riveiríssimo Riveiro exigiu direito de resposta nos jornais e escreveu um artigo dizendo que havia telefonado para Otacílio Heráclito e combinado como crítico, que este só iria publicar um artigo sobre o próximo livro dele 21 dias após o lançamento, para que os outros críticos pudessem apreciar o obra sem a interferência de sua brilhante análise.
A partir daí, Riveiríssimo Riveiro, ou melhor Otacílio Heráclito escreveu dois textos, um intitulado “Eu não disse!!! Eu não disse!!!” e outro que se chamava “Mais uma vez ninguém entendeu nada!!!”… o primeiro seria publicado caso o próximo livro fosse um sucesso, enquanto que o segundo sairia se fosse um fracasso… finalizadas as críticas Riveiríssimo Riveiro começou a escrever seu próximo romance: “Os Linces” (***)
(*) a exemplo dos poetas franceses do final do século XIX, ele suprimia o“Allan”, uma vez que este era o sobrenome do pai adotivo que depois o renegou o famoso poeta norte-americano.
(**) o trocadilho infame é com o título do romance de Marcel Proust: “Em Buscado Tempo Perdido”
(***) Este trocadilho é tão óbvio que não precisa nem ler James Joyce para descobrir a resposta.
Já saiu a nova TUDA. Como sempre Arnaldo Xavier, a crônica do
O INCONSCIENTE COLETIVO SENDO DESESTRUTURADO PELA TECNOLOGIZAÇÃO GALOPANTE (E RELINCHANTE)
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