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{ Monthly Archives } janeiro 2020

HOMENAGEM A JOÃO CABRAL DE MELO NETO

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ARQUIVO DAS CRIANÇAS PERDIDAS – Valeria Luiselli – Editora Alfaguara

Uma mulher lê para seu enteado de dez anos um livro curto sobre crianças que atravessam desertos e selvas em um trem para fugir para outro país… é um livro dentro da estória de Valeria Luiselli, escrito pela italiana Ella Camposanto chamado “Elegias para Crianças Perdidas”… quando os personagens de um livro e o leitor compartilham um outro texto, eles estabelecem um elo… porém do mesmo jeito que os personagens são uma ficção para o leitor, o leitor também pode ser uma ficção para os personagens…

Estes jogos intertextuais não são novos… Cervantes já utilizava algo semelhante na segunda parte de Dom Quixote… mas mesmo assim, eu tenho imenso prazer quando me deparo com este tipo de texto… Porém mesmo quem não é afeito a este nível de leitura, vai adorar “Arquivo das Crianças Perdidas”: é um romance social (aborda o problema das crianças refugiadas que cruzam a fronteira americana), histórico (aborda o período final dos Apaches), geográfico (a família protagonista se desloca de Nova Iorque até o Arizona parando em diversos lugares), psicológico (há uma mudança do foco narrativo e a estória passa a ser narrada pelo menino de dez anos, esta parte é quase um tratado de psicologia infantil), e muito mais…

Para mim entretanto, ler é que nem entrar em um oceano….você pode nadar na superfície, mas pode também mergulhar até as profundezas (e muitas vezes encontrar tesouros)… Este livro é uma fonte riquíssima para os que gostam de se aprofundar nos abismos da linguagem… por exemplo: Ella Camposanto é uma invenção da Valeria Luiselli e seu “livro dentro do livro” possui um monte de citações, em especial do primeiro dos Cantos de Erza Pound, que por sua vez é um eco do canto XI da Odisséia de Homero… ou seja a literatura ecoando desde a antiguidade… não por acaso um dos locais chave no livro se chama o cânion do Eco (que pelo que eu pesquisei pela internet, também não existe)… Divirtam-se.

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A LITERATURA HISPÂNICO-AMERICANA

A POÉTICA DO NONSENSE

verde azul fluxo inconsciente I´m so tired tiro de escopeta desktop stop mr. postman stop oh yes nós temos bananas e o que será na segunda feira  ninguém sabe solamente diós ente solar lux ao inverso prosa de botequim quindins e namoricos pobres rincões em plena madrugada doce amada que será de ti triste guarânia adormecida e bela como o luar do sertão disparada que nem cenas da infância que são sempre lembrados nos momentos de crise dos filmes americanos histórias de coiotes feridos lembranças e lágrimas see you later alligator el lagarto no rio pinheiros anhangabaú tiete (não tietê) de auditório dentário sorria meu bem sorria!!!

DOIS MIL E VINTE SERÁ UMA GRANDE ANO