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Acabei de ler “Os Ratos” de Dyonelio Machado … livraço : uma espécie de “Ulisses” brasileiro , que narra um dia inteiro na vida de um funcionário público medíocre e endividado, que passa o dia atrás de uma quantia de dinheiro para pagar a dívida com o leiteiro … é interessante notar que os personagens se comportam como ratos ; como bem observa David Arrigucci Júnior , no excelente posfácio … por sinal , lembrei-me de um dia quando caminhava pela Av. Ibirapuera e vi um mendigo que gritava aos transeuntes : – Nós iremos roer o bairro de vocês !!! Nós iremos roer tudo !!!

Agora , começo a ler ( em espanhol ) “Textos Recobrados” de Jorge Luis Borges , que são escritos que ficaram de fora do quatro volumes das “Obras Completas” . Neste livro percebemos que mesmo no início de carreira , o Brujo de Palermo era capaz de metáforas como estas :

“Afuera, un Perro negro aúlla a la Luna de Marfil. Divino grial inasequibile. Ficha eternamente apostada en los tapetes verdes del cielo.(*)”

(*) Lá fora, um cachorro negro uiva para a Lua de Marfim . Divino Graal inacessível. Ficha eternamente apostada nos tapetes verdes do céu.

( Jorge Luís Borges – tradução : José Geraldo de Barros Martins )

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