Skip to content

A ÍTACA AFUNDADA DE MUITOS ULISSES

Hoje, andando pelo Conjunto Nacional ( para quem nunca esteve na Paulicéia , é um conjunto comercial situado no cruzamento da Av. Augusta com a Av. Paulista ) , senti saudades do bar que existia em seu pavilhão interior … É inegável que sua retirada propiciou o redescobrimento da arquitetura original ( belíssima por sinal ) , porém houve um aniquilamento da qualidade poética do local . Embora pareça paradoxal o conflito entre arquitetura e poesia , aquele bar horrível , que servia um chopp horroroso ( e muitas vezes azedo ) deixou uma enorme saudade …

Lá, , aos sábados a tarde , se reuniam escritores ( Arnaldo Xavier , Eduardo Miranda , Roniewalter Jatobá , Mário Chamie , Souza Lopes, e muitos outros ) , pintores ( além do que vos escreve, tinha o genial Calabrone e o Carlos Jacchierei ) , músicos ( Marcos Vinicíus etc. ) e demais pessoas afins …

Lá eu conheci a escritora e artista pálstica Suzana Cano ( no mesmo dia em que comprei a biografia de José Mojica Marins , o Zé do Caixão ) … lá , onde tantos planos foram feitos … lá , onde divertidas intrigas faziam a alegria geral e etílica … lá onde o sambista Barão passava para contar estórias da época de Geraldo Pereira , e também para inportunar as pessoas do sexo feminino …

Lá , onde hoje , pessoas passeiam por um lindo vazio indiferente …

Post a Comment

Your email is never published nor shared. Required fields are marked *