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A MORTE DE IVAN ILITCH – Lev Tolstói – Tradução: Boris Schnaiderman –Editora 34

De todos os livros que reli, este com certeza foi o que mais me surpreendeu… na primeira vez que li, achei esta obra um tanto quanto maçante, uma espécie de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” sem senso de humor… e não entendia porque muitos a consideram como uma das maiores novelas escritas em todos os tempos… muitas vezes uma tradução ruim arruina um livro, caso que ocorre muitas vezes na literatura russa em português, onde muitas vezes o tradutor não traduz direto do russo, mas de outras traducões, principalmente as francesas… mas não foi este o caso… a outra tradução era de Irineu Franco Perpetuo que também era direta do russo… talvez eu não tenha lido com a devida atenção…

Agora relendo, verifiquei que o amargor no qual o magistrado moribundo relembra sua vida, que me aborrecera na primeira leitura, é uma cr a ﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽te  o final do livroeiturao campo) e que serºa critas em todos os tempos…ítica a futilidade burguesa, a mediocridade corporativa da coni-convivência dos funcionários públicos, ao cinismo com que os “saudáveis” tratam os doentes crônicos… Após verificar o desdém pelo qual os médicos pouco explicam a ele a sua real condição, percebe que muitas vezes procedera da mesma forma ao proferir suas sentenças no tribunal… Ivan Ilitch sabe que sua doença é mortal e percebe que o seu apego à vida é no fundo um apego a ideais vazios, sem significado…

Nesta obra Tosltói sintetiza a sua teoria mística, uma espécie de novo cristianismo, criada no final da sua vida, alterando não só o significado (o conteúdo), mas também o significante (a forma), quando cessa de escrever extensos romances, como “Guerra e Paz” ou “Anna Kariênina”, e passa a produzir novelas mais concisas com uma linguagem mais sintética…

Enfim, nesta época de pandemência, quando muitos e muitos Ivanilitixês, Ivanislédsons e Ivanisleides agonizam nesta triste Pindorama e qualquer um de nós pode assumir este trágico papel a qualquer momento, este é um livro duro porém puro; contundente porém transcendente! Leiam!

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