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SILVIA NASTARI – O PROJETO GRÁFICO DA COLEÇÃO BIBLIOTECA DA LITERATURA BRASILEIRA, PUBLICADA PELA LIVRARIA MARTINS EDITORA NAS DÉCADAS DE 1940 E 1950

Existem pessoas que, tal qual mergulhadores que desafiam as profundidades oceânicas para resgatar tesouros marinhos que jazem nos fundos dos mares; se embrenham em sebos, livrarias, arquivos digitais, etc, para resgatar tesouros culturais, que permaneceriam esquecidos… com certeza, nos céus deve haver um lugarzinho reservado para estas pessoas, pois o resgate da memória é uma forma de minimizar o nosso subdesenvolvimento (“país subdesenvolvido não tem memória”, já dizia o ditado).

Uma destas pessoas é Silvia Nastari, que elaborou uma tese de mestrado sobre o projeto gráfico da coleção Biblioteca de Literatura Brasileira, publicada pela Livraria Martins Editora nas décadas de 1940 e 1950, que foi criada por meu ilustre avô José de Barros Martins.

Esta coleção foi ilustrada pelos melhores artistas plásticos da época: Tarsila, Anita Malfatti Alberto Guignard , José Wash Rodrigues, Santa Rosa, Clóvis Graciano, Francisco Acquarone, Darcy Penteado, Di Cavalcanti, Aldemir Martins, etc… que  estão nas páginas de livros como “A Moreninha”,  “Iracema”, “Marília de Dirceu”, “Vida e Morte do Bandeirante”, “Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens”; “Casa Velha”, “Os Escravos”, “Memória de um Sargento de Milícias”, “O Ermitão de Muquem”, “O Garimpeiro”, “Noite na Taverna”, “Macário”, “Lourenço” etc…

Além das capas e ilustrações, dentre muitas coisas, a tese de Silvia Nastari mostra as capitulares (letras no início da obra, de maior dimensão que o restante corpo do texto) da coleção, feitas por Tarsila, Darcy Penteado, Aldemir Martins, etc…

Hoje, ao visitei meu pai, e pude contemplar sua tese, fiquei encantado… quem se interessar pode ir à biblioteca da FAU-USP e apreciar este brilhante trabalho…

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Hoje meu ilustre avô José de Barros Martins Faria 110 anos… ele construiu uma editora, lançou Lygia Fagundes Telles, Antônio Cândido, Jorge Mautner… foi amigo de Sérgio Buartde Holanda, Érico Veríssimo, Carlos Lacerda, etc… em sua casa na R. Abílio Soares realizava saraus com a presença de Dorival Caymmi, Araci de Almeida, Pixinguinha, entre outros… Mas todas estas “glórias” valiam menos do que dez minutos de conversa com ele… uma vez ele me disse referindo-se aos problemas com a Editora Martins:
– Me tiraram tudo: a editora, minha fazenda, o meu quadro da Tarsila… mas nunca vão tirar meu bom humor

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HOMENAGEM A ANTÕNIO CÂNDIDO

Quando foi esteve na FLIP de 2011 em Paraty, Antônio Cândido disse que
era o último amigo vivo de Oswald de Andrade… disse também que havia
um editor que injustamente estava esquecido: José de Barros Martins,
meu avô, cuja Livraria Martins Editora, publicou, tanto a primeira
obra de Antônio Cândido, “Brigada Ligeira” (1944) quanto a mais
famosa: “Formação da Literatura Brasileira” (1959)… devido a este
pronuncimento na FLIP, a Revista da Biblioteca Mário de Andrade
publicou em seu número 97, uma matéria sobre o meu avô, na qual
Antônio Cândido contribuiu com um artigo… na verdade além de ser o
último amigo vivo de Oswald de Andrade, ele também era o último amigo
vivo de meu avô…

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Aqui vai mais uma reportagem sobre o meu avô o editor José de Barros Martins… Segue um texto publicado no Jornal Folha da Manhã em 23 de Novembro de 1952 (sexta-feira), sobre umas das recepções que eles faziam para os intelectuais da época. Nesta o convidado ilustre foi o sambista Almirante.

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O casal Edgar Cavalheiro e Almirante

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Túlio Lemos, José Antônio e José de Barros Martins

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Mário da Silva Brito e Lucia Machado de Almeida

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Sérgio Buarque de Holanda e Diná Coelho

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José Fernando e Edite de Barros Martins, Zita Cintra Gordinho e Pedro Antônio de Oliveira Ribeiro Neto

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Mário Donato e sras. Isolina Portugal e Ariel Faria

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Antônio Joaquim de Almeida, diretor do Museu de Ouro de Sabará, em palestra com Mário Cintra Gordinho

CINQUENTA ANOS DE SAMBA – ALMIRANTE VEIO DO RIO E O CASAL JOSÉ ANTONIO DE ALMEIDA, DE MINAS

“Que linda rosa!
Que lindo jasmim!”

A farandula notífaga cercou o automóvel de Almirante e foi cantando a letra ingênua… Horas passadas, o próprio Almirante contara o nascimento daquela canção. Carnaval do Rio em 1902. Dois blocos rivais haviam se encontrado em Botafogo. Os homens fantasiaram-se de diabos e tinham pedaços cortantes de pontas de navalha nas caudas. As mulheres seguiam com o arsenal bélico: facões, garruchas, etc. E do embate resultaram duas mortes. Depois, fora o enterro de um dos foliões. Os amigos vinham dos subúrbios, fantasiados. Era segunda-faira de carnaval e não haveria tempo de mudar a roupa para prosseguir nos festejos de Momo. O grupo seguia o defunto e cantava, em refrão fúnebre e ingênuo, a composição feita especialemnte para a circunstância.

“Que linda rosa…”

Acontece que o carnaval foi mais forte que a morte, ou por outra carnaval e morte hibridaram-se no que hoje é uma constante no psiquismo do nosso povo. E o refrão fúnebre foi perdendo suas essenciais características de ritmo e ganhando alento desenfreado de desenfreada euforia…

Sim, naquela sala de Zé de Barros Martins que a solicitude e o encanto de Edite tornam sempre lugar propício encontro de amigos, Almirante falara e ilustrara cinquenta anos de carnaval carioca. Um cavaquinho e um violão auxiliaram-no. Em torno havia prata da casa e de fora também. Lá estava o casal Antonio Joaquim de Almeida. Lucia Machado de Almeida viera para assistir ao lançamento de seu livro “Passeio a Sabará” que saiu em cuidadosa edição da Martins com ilustrações de Guinard.

Estavam presentes os casais Edgar Cavalheiro, Luís Lopes Coelho, Mário Cintra Gordinho, Sérgio Buarque de Holanda, José Geraldo Vieira. As sras. Ariel Faria, Isolina Portugal e Marianinha Seabra. Os srs. Mário da Silva Brito, Túlio de Lemos, Mário Donato, Aché Ribeiro Neto e Pedro Antônio de Oliveira.

Segundo a tradição da casa de José de Barros Martins, a festa foi até às 6 horas da manhã. Nas brumas da madrugada, o carro que levava Almirante, fosse pela sugestão do seu pseudônimo ou pelo excesso de música, mais lembrava um barco a se afastar lentamente do porto…

(Helen)

Folha da Manhã 23 de Novembro de 1952

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Meu pai presenteou-me com alguns álbuns contendo recortes de jornais que minha avó fez sobre as diversas reportagens sobre o meu avô o editor José de Barros Martins… aqui vai um texto publicado no Jornal Folha da Noite em 25 de Julho de 1952 (sexta-feira), sobre umas das recepções que eles faziam para os intelectuais da época:

(Obs: Os títulos das fotografias estão reproduzidos conforme o publicado no jornal).

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Sr. João Acioli, sra. Mauro Alencar, sr. Flávio de Carvalho, da. Marianinha Seabra, sr. Brasil Bandecchi e sr. José de Barros Martins, sentado

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A partir da esquerda: sr. Jorge Amado, sr. Dorival Caymmi, da. Maria de Lurdes Teixeira e sr. Hideo Onaga

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Sr. Jamil Almansur Haddad, sra. Helena Silveira, sr. Mário da Silva Brito e sra. Mário Donato

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Dna. Edite de Barros Martins entre os srs. Paulo Mendes de Almeida e Menotti Del Picchia

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Srs. Artur Neves e Sérgio Millet

EM CASA DO EDITOR MARTINS

Já se vão tornando clássicas, por assim dizer. As recepções oferecidas por José de Barros Martins e senhora ao nosso mundo intelectual e artístico. E isso porque realmente constituem um acontecimento. A bela residência da rua Abílio Soares consegue congraçar as mais variadas tendênciasliterárias políticas, artísticas e humanas na mesma espontânea e contagiosa alegria, na mesma fraternal cordialidade. Ali passam os problemas e todo mundo é feliz. Assim, ninguém que seja “habitué” de tais reuniões se admira ao ter o respeitado sociólogo e historiador entoar em alta voz alegres canções alemãs. O grande crítico cantar baladas medievais francesas, acompanhado em coro por toda a assistência. A alta autoridade fazer hilariantes imitações. O eminente advogado exibir suas qualidades claunescas. O conhecido poeta a entregar-se a demonstrações de sapateado. Ali todos riem, cantam e confraternizam ao redor do casal simpaticíssimo. Edite e José de Barros Martins ainda nesta quarta-feira passada ofereceram aos seus amigos mais uma dessas famosas reuniões.

É inútil dizer que a tradição foi brilhantemente mantida. A noite decorreu num ambiente quase existencialista (no sentido de Saint-Germaindes-Prés), desta vez ainda contando com a inesperada colaboração de Dorival Caymmi o incomparável interprete do cancioneiro da Bahia. Lá estiveram: Hernani Campos Seabra e sra. , Brasil Brandeschi, Ariel Lima de Faria e sra. , Sérgio Buarque de Holanda, Jorge Amado, Paulo Mendes de Almeida e sra. , Menoti Del Picchia, Raimundo de Meneses e filho, Sérgio Millet, Mário da Silva Brito, Mário Donato e sra. , Artur Neves, Nelson e Pola Resende, João Acioli, Antonieta Dias de Morais, Jaime Adour da Câmara, Helena Silveira, Jamil Almansur Haddad, Flávio de Carvalho, José Geraldo Vieira, Osvald de Andrade Filho, Maria de Loudes Teixeira, Abguar Bastos, Hideo Onaga, Dulce Carneiro, Mauro Alencar e sra. , além de outras pessoas.

(Maria Amália)

Publicado no Jornal Folha da Noite em 25 de Julho de 1952, sexta-feira

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Outro dia mau pai encontrou um antigo artigo escrito por Helena Silveira a respeito do meu avô… eis aqui o artigo:

UM CLIMA CHAMADO MARTINS

José de Barros Martins faz anos e, justamente, eu recebia há pouco o bonito livro comemorativo do trigésimo aniversário de sua editora. Fico a pensar nas duas casas, a da rua Abílio Soares e a da rua Rocha, plasmadas à imagem e semelhança desse homem profundamente humano que tenho por amigo, precisamente há vinte e quatro anos, quando me iniciava nas letras, julgando-me como todo iniciante um Proust com uma saga imensa para contar. O meu querido Edgar Cavalheiro levou-me à editora que então se equilibrava na ladeira São Francisco, por cima da livraria. Da editora à casa de Zé de Barros foi um passo, pois que uma e outra se interligam. Em dias de aniversário ou comemorando a visita ou o feito de um amigo, houve jantares magníficos, bate-papo gostoso, sarabanda dionisíaca tecendo arabescos entre salões e jardins.
E a verdade é que, pedindo contas à memória, verifico uma coisa uma coisa singular. Não existe só um homem Martins. Existe um clima chamado Martins. Com a mulher Edith, os filhos José Fernando e José Antonio, o patriarca José é uma espécie de hóstia quadripartida, tendo cada partícula a mesma essência que fica impregnando residência e editora. O frequentador dos dois núcleos sabe o que espera a cada visita, porque o tempo corre, põe brancuras nos cabelos, rugas no rosto, mas não altera o clima específico.
Lembro-me de certa noite com Almirante fazendo o histórico de nossa música popular. Nós o envolvemos numa ciranda que saiu depois, rua afora, cantando a modinha de um pré-carnaval carioca na aurora do século:
Que bela rosa
Que belo jasmim!
Eu vi o triunfo lá
No seu jardim!
Luís Lopes Coelho e Dinah lideravam a turma. E o anfitrião e Edith e Paulo Mendes de Almeida e Aparecida e mais tanta gente das artes e das letras cantavam e dançavam sob o céu que a madrugada empalidecia…
Sartre e Simone de Beauvoir chegam em São Paulo e Jorge Amado os leva para um almoço Martins. Entre editora e casa foi que conheci um homem chamado Caymmi, outro chamado Clóvis Graciano, uma escritora chamada chamada Lúcia Machado de Almeida e mais um Otávio Tarquinio de Sousa e Lúcia Miguel Pereira. Em casa de Martins jantamos Érico Veríssimo, Vinicius de Morais, sem falar nas cadeiras cativas ocupadas por Guilherme e Baby de Almeida, Sérgio Buarque de Holanda, Di Cavalcanti, o outro Sérgio inesquecível, Milliet, Ligia Fagundes Telles, Menotti del Picchia, e Guilherme Figueiredo e Marques Rebelo e Enio Silveira, Oswald de Andrade, Mario de Andrade, João Cruz Costa, Rubem Braga, Mario Cravo, Joel Silveira, Franklin de Oliveira, José Lins do Rego, o grande Lobato, foram ou são ainda imantados pelo nosso charmoso Martins.
Editora e lar de José de Barros Martins são uma espécie de angra apaziguadora onde barcos, chalupas, veleiros, iates, jangadas, navios da literatura nacional vêm aportar, cansados do vasto mar da indiferença brasileira.
Sim. Antes de mais nada, esse clima chamado Martins é benéfico às nossas letras. Eis que Zé de Barros não é só com seus filhos, sua mulher e, agora, suas noras e mais tarde (tenho a certeza) seus netos, o grande arquiteto de nossos livros, o engenheiro que sabe lançar sobre a nação as pontes de nossas ideias. Ele é o grande amigo do escritor – esse injustiçado de uma nação tão pouco alfabetizada.

(Helena Silveira)

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A citação do dia vem de um livro de um californiano filho de armênios chamado William Saroyan publicado pelo meu avô em 1947, leiam:

PRECE COMUM

As planuras, Senhor, todos os silêncios da mente, os corredores perdidos, os pilares, os lugares por onde caminhamos, os rostos que vimos e as vozes das criancinhas. Mas acima de tudo, os hieróglifos, a santidade, a figura talhada de pedra, a linha tão simples, a nossa linguagem, a curva articulada, digamos, da folha, do sonho e do sorriso, a mão que tomba, os membros que se tocam, amor de universos, nenhum temor à morte e alguma nostalgia. Sim, e a luz, nosso sol, Senhor, e o sol de homens desconhecidos, as manhãs perdidas no tempo de gigantes e pigmeus em toda parte, um homem chamado Bach, outro chamado Cezanne e os outros, de nomes perdidos, as multidões agora se reúnem em uma única, anônima, nosso rosto, o lamento de multidões anônimas, nossa forma, estatura, homens caminhando sob a luz, em muitos lugares, para começar na Ásia, Europa, África, e através do mar fluido da mente, Atlântico, rumo oeste para este lugar, América, os fuzileiros navais em parada, o sorriso do pálido Wilson, liberdade para a Lituânia, viva a Polônia, e os condados do Texas, melancias e miséria, nossas graças a vós, oh Senhor. Também para os numerais para que se possa arquivar a nossa dor em fichas: um para tristeza, dois para dor, três para a loucura e mil e dez mil e o reconhecimento da eternidade, anos alegres, a barba de Darwin, digamos os olhos de Einstein, presumamos, os dedos do grande pianista polonês e assumamos todas as coisas numericamente, a riqueza de Ford, de Mellon, a miséria de – pensemos em um nome digno – de Pound, digamos, ou ainda, do desconhecido, do jovem anônimo do Município de Clay, em Iowa, sozinho, sentado, escrevendo histórias para Deus e para o Saturday Evening Post – isto é, a idéia da coisa, o anonimato do horror, a solidão, esperando pela fama e uma breve nota, você, o nome, meu rapaz, você é famoso, um conto publicado no Post, graças, oh Senhor!

( William Saroyan Рtradṳ̣o: James Amado )

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Em dois de março de mil novecentos e nove, ou seja a 100 anos, nascia meu avô paterno José Vitalino de Barros Martins: o adolescente que falava latim durante as refeições aos dez anos de idade, o herói da revolução de 1932, o fundador de um império literário denominado Livraria Martins Editora (que publicou Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Vilém Flussler, Oswald de Andrade, Graciliano Ramos, Menotti Del Picchia, Jorge Mautner, etc.), o homen que bebia Romanné Conti, o grande conhecedor de sambas antigos, um grande avô e uma adorável pessoa …
No início dos anos oitenta ele me chamou uma tarde e me deu um pedaço de papel cartão , onde escrevera a mão o texto abaixo :

HOMENAGEM A SÃO VITALINO
no
REINO DE SÃO PAULO
no
ANO DO SENHOR DE 2080
na
CAPITAL DO REINO

SÃO VITALINO (SANTO E MÁRTIR)
Viveu no século XX , sendo o segundo santo paulista . Sua canonização deu-se após a elevação ao culto de Santo Adhemar , o santo do povo, isto é , o primeiro populista elevado a essa glória . Dedicou sua vida ao apostolado da cultura , procurando alfabetizar os escritores da então República do Brasil , na qual ainda estava integrado São Paulo . Sofreu , com grande estoicismo e martírio nas mãos ( ou nas contas ) dos banqueiros e financeiros (!) de sua época .

Programa das homenagens em honra de
SÃO VITALINO
Em 2 de março de 2080 .

1) Leitura em praça pública da virtuosa vida do santo , que apesar de martirizado pelos poderosos de seu tempo, recusou-se sempre a ingerir vinho do Brasil ou whisky engarrafado nesse país .
2) Sermão alusivo a data por Don José Henrique de Barros Martins , tataraneto do santo e bispo de Trabiju .
3) Solene Te Deum , a ser cantado na catedral paulista , tendo sido escolhido o de autoria de Hector Berlioz , apresentado pela primeira vez em Paris no ano de 1855 em Saint-Eustache . O conjunto encarregado dessa apresentação é composto por 900 figurantes orquestrais e um coro de 600 vozes . Escolheu-se este hino de graças em relação a modéstia do santo , sempre demonstrada em vida .
4) Inauguração solene da Nova Praça da Sé , que totalmente reformada e moldada ao espírito do santo , receberá o nome de Largo do Vitalino , santo e mártir .

Todas as solenidades serão presisidas por Don Lenine Evaristo Kossakov Cardeal Primaz do Reino de São Paulo .

Obs. : Pede-se a todas as pessoas que utilizarem asas plásticas ou metálicas para seu transporte pessoal , guardá-las no Asário Público no novo Largo do Vitalino .

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Em 1962 a livraria da família ( Livraria Martins Editora ) publicou um livro, “Deus da Chuva e da Morte”, de um então jovem escritor e músico : Jorge Mautner … é curioso que a heroína do livro é a cantora Maysa transformada em personagem ( porém grafada com a letra “i” ao invés da letra “y” ), leiam um pedaço :

“Maisa os deuses são teus irmãos e a tua tristeza é a mistura da agonia do ser humano do mundo inteiro e a loucura da mudança de cores que tem o nosso céu: a chuva e o sol repentinos, nosso povo incompleto ainda não formado, imperfeito e por isso grande! Nossa indecisão, nossos complexos, nosso balançar entre a superficialidade e o profundo e isso é profundo. Maisa você nasceu no mesmo ambiente que eu. Nós somos aristocratas idiotas de emoções refinadas com a desistência de tudo gravada em nossa carne pálida. Você freqüentou o mar elegante daquela praia linda e idiota que você sabe qual é. Depois andou de carro, fumou cigarro americano, teve dinheiro, tocou violão, o mar cinzento, a rua asfaltada, o bairro bonito das árvores verdes cheio de gente idiota. E que remédio?- Nós tinhamos que ficar assim e é glorioso ser assim, é vida é tragédia, sou eu!”

( Jorge Mautner )

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