Skip to content

ATÉ QUE ENFIM

Depois de 2097 páginas finalmente acabei de ler “Finnegans Wake” de James Joyce. Foram os cinco volumes da edição bilíngue “Finnicius Revém” da Editora Ateliê Editorial , traduzida por Donaldo Schüler ( 1648 páginas ) além de dois livros de apoio : “Homem Comum Enfim” ( Here Comes Everybody ) – Anthony Burgess / tradução : José Antonio Arantes – Editora Companhia das Letras ( 303 páginas ) e “Panaroma de Finnegans Wake” – Augusto e Haroldo de Campos – Editora Perspectiva ( 149 páginas ) .
Na verdade ninguém termina de ler Finnegans Wake , apenas recomeça a leitura , uma vez que a última frase emenda com a primeira ( que começa com letra minúscula ) …
Quatro anos após ter iniciado a árdua leitura posso finalmente concordar com o filósofo Jacques Derrida que afirmou : Pois não podemos dizer nada que não esteja programado nesse computador de milésima geração,Ulisses, Finnegans Wake, junto a qual a tecnologia atual de nossos computadores de de nossos arquivos microcomputadorizados e de nossas máquinas de traduzir não passa de uma bricolagem, um brinquedo pré-histórico de criança (…)”
Fiquem com a última e a primeira frase do livro na versão original e em três traduções :

A way a lone a last a loved a long the
riverrun, past Eve and Adam’s, from swerve of shore to bend of bay, brings us by a commodius vicus of recirculation back to Howth Castle and Environs.
( James Joyce )

A via a uma a una amém a mor além a
riocorrente, depois de Eva e Adão, do desvio da praia à dobra da baía, devolve-nos por um commodius vicus de recirculação devolta a Howth Castle Ecercanias.
( tradução : Augusto de Campos )

A via a lenta a leve a leta a long a
rolarrioanna e passa por Nossenhora d”Ohmem’s, roçando a praia, beirando ABahia, reconduz-nos por cominhos recorrentes de Vico ao de Howth Castelo Earredores.
( tradução : Donaldo Schüler )

Além a solo a logo anelo ao longo do
correrio, depois de Eva e Adão, da dobra da prais à curva da baía, nos traz por um commodius vicus de recirculação de volta a Howth Casle e Entornos.
( tradução : José Antonio Arantes )

PS. : Em um artigo publicado na revista CULT nº 31 ( Fevereiro de 2000 ), Sérgio Medeiros diz : “Em alguma página do livro, o leitor provavelmente encontrará seu ‘aleph’, a palavra que resumirá todo este enredo.” Ao meu ver o “aleph” não está em uma palavra específica , mas na supracitada junção entre a última e a primeira palavra do livro , o ponto onde os opostos ( início e fim ) se mesclam , a união dos opostos ( pregada pelo filósofo Bruno , o Nolano ) e também o ponto do recomeço ( finis again ) ; dois dos temas centrais desta magnífica obra …

Post a Comment

Your email is never published nor shared. Required fields are marked *