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Acabei de ler “As Armas Secretas” de Júlio Cortázar. Fiquem com um fragmento:

– O problema é que eles se acham uns sábios- diz de repente. – Eles se acham muito sábios porque juntaram um montão de livros, e comeram todos. Isso me faz dar risada, porque na verdade são boa gente e vivem convencidos de que o que estudam e o que fazem são coisas difíceis e profundas. No circo é a mesma coisa, (…), e com a gente é a mesma coisa. As pessoas acham que algumas coisas são o máximo da dificuldade,e por isso aplaudem o trapezista, ou me aplaudem. Eu não sei o que imaginam, que eu estou ma arrebentando para tocar bem, ou que o trapezista rompe os tendões cada vez que dá um salto. Na verdade as coisas verdadeiramente difíceis são outras tão diferentes, tudo que a gente acha que pode fazer a qualquer momento. Olhar, por exemplo, ou compreender um cão ou um gato. Essas são as dificuldades, as grandes dificuldades.

( Júlio Cortázar – Tadução: Eric Nepomuceno )

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