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Citação do dia :

“(…) Olhai como o fulgor do sol já no poente

Doura a casa e o pomar, envoltos na verdura…

Morre, renasce o sol, nova aurora descerra,

E além, onde ressurge, outra vida produz.

Oh, quisera ter asas, sobrevoar a terra,

Seguindo sempiterno a sua eterna luz!

Veria assim perene o esplendor dos poentes,

O mundo silencioso aos meus pés debruçado,

A brilhar montanhas, campo sossegado,

Rios de prata a jorrar em douradas torrentes!

Nada perturbará esse vôo nas alturas,

Nem o monte selvagem, abismos e vertentes,

Abre-se enfim o mar com enseadas ardentes

E meus olhos humanos fartam deslumbrados.

Além mergulha o deus que morre no horizonte,

Desperta em mim agora um ímpeto de açoite,

Apresso-me a sorver a refulgente luz,

Ante mim vejo o dia, atrás de mim a noite,

Sobre mim vejo o céu, embaixo o mar se acalma,

Um sonho que deslumbra, enquanto o sol se extingue.

Ah! Como é difícil às asas de nossa alma,

Aliarem-se as asas da matéria! (…)”

( Johann Wolfgang Goethe – tradução : Alberto Maximiliano )

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