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VENTO VADIO – AS CRÔNICAS DE ANTÔNIO MARIA – Pesquisa e organização: Guilherme Tauil – Editora Todavia

Foi editada recentemente esta que é a maior copilação de crônicas de Antônio Maria: 490 páginas do mais espirituoso de nossos cronistas, e não só nas crônicas e canções… o sujeito era criativo até nos bilhetes que deixava para os amigos, como aquele: “Se você me encontrar dormindo, deixe. Morto, acorde-me”…

Ambientadas nos engenhos de Gameleira (Pernambuco), Recife, Salvador, Fortaleza, Hamburgo, Paris, Nova York, Rio de Janeiro, Petrópolis,  Rodovia Dutra e em São Paulo, entre outros locais, as crônicas mencionam seus amigos e conhecidos como Ciro Monteiro, Pixinguinha, Jayme Ovalle, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, Di Cavalcanti, José Lins do Rego, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Leônidas da Silva,  Araci de Almeida, Dolores Duran, Maysa, Carmem Miranda, etc., retratando o cotidiano dos anos 50 e 60, descrevendo algumas vezes locais esquecidos,  como uma antiga cantina paulistana chamada Palepale que ficava na R. Barra do Tibagi, no bairro de Bom Retiro.

O curioso é que embora esta coletânea de crônicas descreva uma época específica (como todas as crônicas, é claro), a imensa maioria delas não envelheceu… continua atual… Elas versam sobre a nudez da amada que dorme, sobre o barulho da chuva, o vento leve, o cheiro das pitangueiras , o movimento lento dos navios, os canaviais, a falta de dinheiro, os deveres aflitos a cumprir… É sempre reconfortante ler Antônio Maria…

Se vocês quiserem um aperitivo, leiam aqui “Notas da Chuva”, ao meu ver a mais bela crônica escrita nestes tristes trópegos:

https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/5824/notas-da-chuva

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