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DO AMOR EM REBELDIA

A carne está florindo sôbre os leitos.
Há sono, amor e morte se encontrando
Num longo abraço, e tudo mais é brando,
E tudo mais repousa nesses feitos.

De guerra e paz horizontal, de peitos
Túmidos de porvir e luz arfando
A treva. O mais é tempo se iniciando
Em destino de sóis insatisfeitos.

A carne está florindo, ressuscitam
Os do silêncio; solta-se o viver
Daquilo que será, dos que nos fitam.

E o verbo acontecido, o verbo imagem,
Fecunda na paixão de acontecer,
Amor em rebeldia de linguagem.

( Paulo Bomfim )

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